sábado, 8 de novembro de 2014

Documentários exibidos durante o VII Festival de Direitos

Durante o VII Festival de Direitos foram passados 5 documentários que listo a seguir para quem tiver interesse.

1 - O Grão Que Cresceu Demais



Produção: FASE / PA - Apoio CEPEPO e Fundação Heinrich Boll.

Duração: 40 min.



A FASE-Amazônia possui há muitos anos uma tradição de trabalho educativo junto aos trabalhadores e trabalhadoras rurais, do Município de Santarém, Estado do Pará, na Amazônia Brasileira. A sensibilidade criada por esta tradição, fez a Fase se sentir extremamente preocupada com o futuro de inúmeras famílias quando, ao fim da década passada, se detectou os primeiros sinais da invasão, em grande escala, da monocultura da soja no bioma Amazônia ameaçando a sobrevivência dos seus ecossistemas e, consequentemente, o presente e o futuro de seus povos, repetindo algo historicamente marcado pela exploração, de fora para dentro, da região.


2 - A Educação Proibida




Ano produção 2012

Dirigido por German Doin Verónica Guzzo

Duração 120 minutos

Classificação L - Livre para todos os públicos

Países de Origem: Argentina

A escola tem mais de 200 anos de existência e é considerada a principal forma de acesso à educação. Hoje em dia, a escola e a educação são conceitos amplamente discutidos em foros acadêmicos, políticas públicas, instituições educativas, meios de comunicação e espaços da sociedade civil. Desde sua origem, a instituição escolar tem estado caracterizada por estruturas e práticas que hoje são consideradas obsoletas e anacrônicas. Dizemos que não acompanham as necessidades do século XXI. Sua principal falência se encontra em um projeto que não considera a natureza da aprendizagem, a liberdade de compreender a importância do amor e dos vínculos humanos no desenvolvimento individual e coletivo.


A partir destas reflexões críticas surgem, ao largo dos anos, propostas e práticas que pensaram e que pensam a educação de uma forma diferente. "La Educación Prohibida" é um documentário que propõe recuperar muitas delas, explorar suas ideias e visibilizar experiências que se atrevem a trocar as estruturas do modelo educacional da escola tradicional. Mais de 90 entrevistas a educadores, acadêmicos, profissionais, autores, pais e mães envolvendo 8 países de Iberoamérica, passando por 45 experiências educativas não convencionais; mais de 25.000 seguidores nas redes sociais antes de sua estréia e um total de 704 coprodutores que participaram em seu financiamento, convertendo a La Educación Prohibida em um fenônemo único. Um projeto totalmente independente de uma magnitude inédita que dá conta da necessidade latente do crescimento e surgimento de novas formas de educação.


3 - Dívida Pública brasileira: a soberania na corda bamba.



O assunto dívida pública é censurado pela mídia mercantilista porque esta se alimenta do abjeto poder financeiro, constituído por abutres insaciáveis que devoram impiedosamente massas humanas em todo o mundo, gerando desemprego, fome e miséria. A abordagem desse assunto pelos órgãos de comunicação é parcial, distorcida e enganosa. 


A Comunicação, sem qualquer escrúpulo com o seu fundamental papel para capacitar a população na tomada de decisões em benefício de todos, denomina a auditoria como calote, aceita e reforça o conceito de dívida líquida, subtraindo do valor real, bruto da nossa dívida, as reservas internacionais, que são aplicações do Brasil no exterior, a juros perto de zero.

Enquanto isso, pagamos juros acima da taxa SELIC, os maiores do mundo. É como subtrair de uma dívida com juros altíssimos o dinheiro parado dentro de um colchão.

A dívida total brasileira no ano de 2013 chegou ao valor aproximado de R$ 4 trilhões; o pagamento de juros e amortizações alcançou R$ 718 bilhões, o que corresponde a aproximadamente R$ 2 bilhões por dia; esse desembolso anual representa 40% do orçamento da nação.


Este filme contribuirá muito para ajudar na conscientização do povo brasileiro, única forma de libertar o nosso país dessa submissão ilegal, injusta e odiosa.


Direção, roteiro, câmera e entrevistas: Carlos Pronzato

Direção de Produção: Cristiane Paolinelli

Edição: Henrique Marques

Assistência de Direção/Pesquisa de imagens: Luiza Diniz

Ideia e argumento: Gisele Rodrigues

Assistência de produção/RJ: José Bernardes e Helena Reis

Assistência de produção/DF: Rodrigo Ávila
Assessoria de comunicação: Richardson Pontone
Produção: Instituto Rede Democrática/RJ, Núcleo RJ da Auditoria Cidadã da Dívida Publica e Sindipetro/RJ
Realização: La Mestiza Audiovisual
www.lamestizaaudiovisual.blogspot.com


4 - Mataram Irmã Dorothy



Diretor: Daniel Junge

Duração: 94 min.

Ano: 2008

País: EUA


SINOPSE: Em fevereiro de 2005, a irmã Dorothy Stang, de 73 anos, foi brutalmente assassinada. Ativista na defesa do meio ambiente e das comunidades carentes exploradas por madeireiros e donos de terra na Amazônia, a freira americana foi morta com seis tiros no interior do Pará. O documentário revela os bastidores do julgamento dos assassinos de Dorothy e investiga as razões de sua morte.


5 - Privatizações: a distopia do capital (2014), de Silvio Tendler



O novo filme de Silvio Tendler ilumina e esclarece a lógica da política em tempos marcados pelo crescente desmonte do Estado brasileiro. A visão do Estado mínimo; a venda de ativos públicos ao setor privado; o ônus decorrente das políticas de desestatização traduzidos em fatos e imagens que emocionam e se constituem em uma verdadeira aula sobre a história recente do Brasil. Assim é Privatizações: a Distopia do Capital. Realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), com o apoio da CUT Nacional, o filme traz a assinatura da produtora Caliban e a força da filmografia de um dos mais respeitados nomes do cinema brasileiro.


Em 56 minutos de projeção, intelectuais, políticos, técnicos e educadores traçam, desde a era Vargas, o percurso de sentimentos e momentos dramáticos da vida nacional. A perspectiva da produtora e dos realizadores é promover o debate em todas as regiões do país como forma de avançar “na construção da consciência política e denunciar as verdades que se escondem por trás dos discursos hegemônicos”, afirma Silvio Tendler.


Vale registrar, ainda, o fato dos patrocinadores deste trabalho, fruto de ampla pesquisa, serem as entidades de classe dos engenheiros. Movido pelo permanente combate à perda da soberania em espaços estratégicos da economia, o movimento sindical tem a clareza de que “o processo de privatizações da década de 90 é a negação das premissas do projeto de desenvolvimento que sempre defendemos”.


► Ouça entrevista completa com Silvio Tendler: http://bit.ly/1swKvgW

► Conheça o canal Caliban Cinema e Conteúdo: http://bit.ly/1oeINSR

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Vem Aí VII Festival de Direitos!!!

Entre os dias 03 e 07 de novembro de 2014 estará ocorrendo, no Campus Rondon da UFOPA (Avenida Marechal Rondon, s/n – Caranazal), mais um Festival de Direitos, o sétimo, com o tema “O DIREITO NA AMAZÔNIA ENTRE TERRAS, ÁGUAS E GRANDES PROJETOS: POR UM DIREITO ACHADO NA BEIRA DO RIO.” O evento é organizado pelo Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular e conta com a parceria do Programa de Ciências Jurídicas da UFOPA.

Nascido da iniciativa de um grupo de alunos da Universidade Federal do Pará sob a coordenação do Prof. Dr. Luiz Otávio Pereira o Festival de Direitos é impulsionado pela ideia de construir dentro da Universidade um fórum em que os direitos podem ser, ampla e criticamente, discutidos não só pela comunidade acadêmica, mas também pela sociedade civil e pelos diversos movimentos sociais.

As inscrições iniciaram no dia 20 de outubro e estão ocorrendo normalmente nos períodos da tarde e noite no Hotel Amazônia Boulevard (próximo a lanchonete). O valor das inscrições é de R$ 10,00 e dá direito a participar integralmente do evento. Haverá uma oficina por dia e são abertas a todos os inscritos, todas as oficinas ocorrerão no prédio H do ICED (Campus Rondon) na sala H305.

Esperamos a participação de tod@s!!

Programação

Segunda
03-11-2014
Terça
04-11-2014
Quarta
05-11-2014
Quinta
06-11-2014
Sexta
07-11-2014
09h às 12h
Credenciamento
Direito e Cinema: Documentário: O Grão Que Cresceu Demais
Direito e Cinema: Documentário: A Educação Proibida
Direito e Cinema: Documentário: Dívida Pública Brasileira - A soberania na corda bamba
Direito e Cinema: Documentário: Mataram Irmã Dorothy
15 às 18h
Credenciamento
OFICINA: Violência Sexual e Grandes Obras: compartilhando experiências de enfrentamento entre o Xingu e o Tapajós
OFICINA: Capitalismo, Socialismo e Direito
OFICINA: Liberdade de Expressão e Informação em megaprojetos hidrelétricos na Amazônia
OFICINA: Justiça Restaurativa e Construção da Paz
19h às 22h
Homenagem aos 20 anos do Curso de Direito
Sofá de Abertura “O direito achado na beira do rio e o rastro dos grandes empreendimentos na Amazônia”
Sofá “Desenvolvimento e Direitos Humanos: interesse público  versus hidronegócio”
Sofá “Direito à Terra: agronegócio, ordenamento fundiário e destinação de terras públicas na Amazônia.”
Sofá “Na beira do Rio, À margem da Lei: A luta por reconhecimento de assentados, índios e ribeirinhos na Amazônia e os direitos além do território.
22h
Área externa




Encerramento/ Confraternização

E-mail: najupcabano@hotmail.com






segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Diálogos Insurgentes - 16-10-2014 - A expansão da empresa capitalista na Amazônia e a conversão do índio em sujeito político

O Najup Cabano convida todos os interessados para o MODULO IV – A LUTA POR RECONHECIMENTO DOS POVOS DA AMAZÔNIA dos Diálogos Insurgentes, que acontecerá no dia 16 de outubro, próxima quinta, no Campus Amazônia (Hotel Amazônia Boulevard), sala 309.

Participem! O texto base segue abaixo:

16/10 – MARTINS. “A expansão da empresa capitalista na Amazônia e a conversão do índio em sujeito político”. In: MARTINS, José de Souza. Não há terras para plantar nesse verão: o cerco das terras indígenas e das terras de trabalho no renascimento político do campo. Petrópolis: Vozes, 1988, p. 13-41.

Leitura ou Download no ISSUU:
http://issuu.com/joaoricardo85/docs/a_expans__o_da_empresa_capitalista_
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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Diálogos Insurgentes - 09-10-2014 - A reconfiguração das agroestratégias: novo capítulo da guerra ecológica

O Najup Cabano convida todos os interessados para mais um Diálogos Insurgentes no dia 09 de outubro, próxima quinta, no Campus Amazônia (Hotel Amazônia Boulevard), sala 309.


Participem! O texto base segue abaixo:


09/10 – ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. “A reconfiguração das agroestratégias: novo capítulo da guerra ecológica”. In: SAUER, Sérgio; ALMEIDA, Wellington (org.). Terras e Territórios na Amazônia: demandas, desafios e perspectivas. Brasília: UNB e Abaré, 2011, 27-44.


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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

DIÁLOGOS INSUЯGENTES (02-10-2014): À chegada do estranho: notas e reflexões sobre o impacto dos grandes projetos econômicos nas populações indígenas e camponesas da Amazônia

O Najup Cabano convida todos para mais um Diálogos Insurgentes no dia 02 de outubro, próxima quinta, no Campus Amazônia (Hotel Amazônia Boulevard), sala 309.

Participem! O texto base segue abaixo:

02/10 – MARTINS, José de Sousa. “À chegada do estranho: notas e reflexões sobre o impacto dos grandes projetos econômicos nas populações indígenas e camponesas da Amazônia”. In: HÉBETTE, Jean (org.). O cerco está se fechando. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 15-33.


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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

DIÁLOGOS INSUЯGENTES (25-09-2014): A FUNÇÃO SOCIAL DA TERRA: Terra: um direito à vida

Dando Continuidade aos Diálogos Insurgentes, o Najup Cabano convida a todos para o segundo encontro do MÓDULO II – A FUNÇÃO SOCIAL DA TERRA.


Participem! O texto base segue abaixo:


25/09 – MARÉS, Carlos Frederico. “Terra: um direito à vida”. In: MARÉS, Carlos Frederico. A Função Social da Terra. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris, 2003, p. 81-131.


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Programação Diálogos Insurgentes




segunda-feira, 15 de setembro de 2014

DIÁLOGOS INSUЯGENTES: A FUNÇÃO SOCIAL DA TERRA: A transformação da terra em propriedade - 18/09/2014




















Dando Continuidade aos Diálogos Insurgentes, o Najup Cabano convida a todos para o MÓDULO II – A FUNÇÃO SOCIAL DA TERRA.

Participem! O texto base segue abaixo:


MARÉS, Carlos Frederico. “A transformação da terra em Propriedade”. In: MARÉS, Carlos Frederico. A Função Social da Terra. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris, 2003, p. 17-79.


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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Diálogo Insurgente: O PÚBLICO E O PRIVADO NA DESTINAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL

Dando continuidade aos debates sobre Ordenamento Fundiário e Política Agrária na Amazônia, o Najup Cabano convida todos a participar de mais um Diálogo Insurgente. 

O próximo Diálogo terá como tema “O PÚBLICO E O PRIVADO NA DESTINAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL: uma análise sociojurídica”. 

O convidado dessa semana será Cândido Cunha, engenheiro agrônomo, servidor do Incra e pós-graduando do ICS/Ufopa. 

Data: 11.09.2014
Local: Sala 316, Campus Amazônia (Ufopa)
Horário: 18:00h


Participem! O texto base segue abaixo:

Resumo: Amplas análises demonstram como o processo de colonização da Amazônia a partir dos anos 1970 voltou-se para a implantação do grande capital na região, inclusive atraindo mão-de-obra para viabilizá-lo. Partindo daí e restringindo-se à região do Polígono Desapropriado de Altamira, no Pará, este artigo pretende detalhar algumas contradições dos programas de colonização que, apesar de normativas que
preconizavam o contrário, viabilizaram a instalação da grande propriedade em áreas originalmente destinadas à “propriedade familiar”. Três momentos principais serão abordados: a) a colonização oficial; b) os Projetos de Assentamentos (PAs) e Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS), vindos com o I e o II Plano Nacional de Reforma Agrária; e c) o Programa “Terra Legal”.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

MAPA TERRITORIAL, TEMÁTICO E INSTRUMENTAL DA ASSESSORIA JURÍDICA E ADVOCACIA POPULAR NO BRASIL

http://pt.scribd.com/doc/237306381/assessoria-juridica-e-advocacia-popular-no-brasil-pdf 

Mapa Territorial, Temático e Instrumental da Assessoria Jurídica e Advocacia Popular no Brasil / José Antônio P. Gediel, Leandro Gorsdorf, Antonio Escrivão Filho, Hugo Belarmino, Marcos J. F. Oliveira Lima, Eduardo F. de Araújo, Yuri Campagnaro, Andréa Guimarães, João T. N. de Medeiros Filho, Tchenna Maso, Kamila B. A. Pessoa, Igor Benício, Virnélia Lopes, André Barreto - Curitiba/PR – Brasília/DF – João Pessoa/PB 2011.
90 p.

ISBN: 978-85-62707-38-4

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Reunião Formação/Debate de Textos - 21-08-2014

A próxima reunião do Najup Cabano ocorrerá no Campus Amazônia da UFOPA. Hotel Amazônia Boulevard, no dia 21/08 as 18h, na sala 307, no segundo andar.

Os novos textos a serem debatidos nesta reunião serão: "Premissas Conceituais Assessoria e Advocacia Popular No Brasil" e "Assessoria Jurídica Popular Universitária", que podem ser lidos ou baixados nos links (ou abaixo clicando em Mais informações):

http://pt.scribd.com/doc/237209037/Premissas-Conceituais-Assessoria-e-Advocacia-Popular-No-Brasil

http://pt.scribd.com/doc/237208709/Assessoria-Juridica-Popular-Universitaria

Desde já todos os interessados em proveitosas discussões estão convidados.

domingo, 17 de agosto de 2014

VII Festival de DiЯeitos - O DIREITO NA AMAZÔNIA ENTRE TERRAS, ÁGUAS E GRANDES PROJETOS: Por um Direito Achado na Beira do Rio

Resumo:
Entre os dias 03 e 07 de Novembro de 2014, a Universidade Federal do Oeste do Pará, no auditório Wilson Fonseca, sediará o VII Festival de DiЯeitos, com o tema: “O Direito na Amazônia entre Terras, Águas e Grandes Projetos: Por um Direito Achado na Beira do Rio”. O evento organizado pelo Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular (NAJUP Cabano) espera, durante os cinco dias, reunir a comunidade acadêmica em volta de uma ampla programação de debates, grupos temáticos, apresentação de trabalhos, além de atividades culturais. Os palestrantes/debatedores serão do quadro docente da UFOPA, bem como de pesquisadores e profissionais externos atuantes na área.

Palavras-chave: Direito; Amazônia; Grandes Projetos.
 
Justificativa:
 
O Festival de Direitos tem se constituído em um espaço acadêmico onde a universidade, a sociedade civil e os movimentos sociais debatem assuntos caros ao direito na Amazônia. Seus espaços tem se pautado na busca de meios para a construção de um conhecimento e de uma educação jurídica socialmente comprometida com os segmentos sociais amazônicos historicamente silenciados e invisibilizados, cujo modo de vida é constantemente ameaçado pelas ações ofensivas e truculentas das muitas cabeças do capital. 
“O DIREITO NA AMAZÔNIA ENTRE TERRAS, ÁGUAS E GRANDES PROJETOS: Por um Direito Achado na Beira do Rio” é o tema que norteará as reflexões do VII Festival de Direitos. Sabe-se, que a Amazônia é um dos espaços de maior efervescência em questões agrárias da América Latina. Espaço dos sonhos, dos delírios, das cosmologias e de uma imensa diversidade territorial que constantemente encontra-se no centro das investidas de projetos de integração regional, de complexos hidroelétricos, de exploração mineral, de aproveitamento da biodiversidade. Investidas essas que, na maioria das vezes, são marcadas por uma série de truculências, irregularidades, ilícitos e desrespeito aos direitos dos povos da Amazônia. 
 As ameaças que hoje se abatem sobre populações tradicionais, ribeirinhos, indígenas e colonos na Amazônia, sejam elas decorrentes das hidrelétricas em curso ou planejadas ou das grandes minerações conjugadas aos projetos de geração de energia, são não somente legitimadas por políticas públicas implementadas sob um conceito axiomático de “desenvolvimento”, mas também fundadas em um aparato jurídico e político, incluindo-se aqui as diversas esferas do poder público e do próprio Poder Judiciário, com os quais o capital estabelece relações não muito claras.
E nada disso é novo. A opção histórica do Estado brasileiro por um modelo de desenvolvimento perverso que se respalda na maximização dos lucros e benefícios econômicos, através da utilização intensiva dos recursos naturais ocorre de maneira acentuada na Amazônia desde pelo menos a década de 1970, quando veio a primeira leva de grandes projetos. Desde lá a Amazônia vem sendo tratada como um espaço cuja finalidade precípua é servir aos objetivos e interesses econômicos do governo e da iniciativa privada nacional e internacional, em detrimento das características e processos históricos, sociais, geográficos, ambientais e políticos que envolvem as populações e os diversos sujeitos locais e regionais. A diferença é que agora os constructos ideológicos erigidos sobre os augúrios do regime militar, foram repaginados e apresentam-se na forma de um discurso “verde” e que, não raras vezes, vem acompanhado do termo “sustentável” e “democrático”.
Nesse contexto, o título de propriedade, a licença legal, mesmo que se trate de uma legalidade superficial, serve de engenho oficial para tirar o direito legítimo de ribeirinhos, indígenas e pescadores que aqui vivem. A história desses povos se sustenta na oralidade e ao verbo é negado o valor documental, principalmente quando esse prova o direito à terra. Ao roubar-lhes a história e a memória, enquanto formas de defesa de seus territórios e identidades, rouba-lhes também a existência como ser político, como sujeito detentor de direitos. Em muitas situações, o documento da terra faz-se acompanhar da violência material e simbólica, antes apresentada na forma de pistoleiros, e agora, também, em tons institucionais, fardada, oficial e ainda mais intimidadora (TORRES, 2013). Embora a Constituição de 1988, contenha um sistema normativo voltado para a redução do grau de injustiça nas relações entre camponeses e proprietários capitalistas do solo rural, o que se verificou nos últimos anos, especialmente na Amazônia, foi exatamente o contrário: um alastramento sensível da violência no campo. Frente a esse cenário, uma conclusão se impõe: nenhum país mantém inocentemente seu sistema agrário fundado nesses moldes (COMPARATO, 2010).
Tudo isso nos impele a uma análise crítica das experiências (e das teorias) sobre o papel assumido pelo Direito nas ações dos grandes projetos na Amazônia, os seus contornos, os seus reflexos e suas especificidades. Daí a importância e a necessidade de um debate sobre o Direito na Amazônia e à Amazônia que transcenda os limites do Direito, enquanto um saber apartado da vida dos povos da Amazônia. Um debate que contribua para a formação de juristas sensíveis aos sujeitos envolvidos nos conflitos agrários, cientes da necessidade de rompimento das barreiras da neutralidade sobre as quais, normalmente, se fundam o imaginários dos juristas e estejam atentos não apenas às leis, mas também à vida e aos afetos das populações sobre as quais estas recaem.  

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Reunião Formação/Debate de Textos

A próxima reunião do Najup Cabano ocorrerá no Campus Amazônia da UFOPA. Hotel Amazônia Boulevard, no dia 14/08 as 18h, na sala 307, no segundo andar.

Nesta reunião serão discutidos os textos "Criando Métodos de Pesquisa Alternativa" e "Teoria e prática de O direito achado na rua", que podem ser lidos ou baixados nos links (ou abaixo clicando em Mais informações):

http://pt.scribd.com/doc/236657786/Criando-Metodos-de-Pesquisa-Alternativa

http://pt.scribd.com/doc/236658151/Teoria-e-Pratica-de-O-Direito-Achado-Na-Rua

Desde já todos os interessados em proveitosas discussões estão convidados.